segunda-feira, agosto 29, 2005

Até lá, desculpem minhas lágrimas derramadas...

É duro ser um cara como o que eu sou. Não sei, na verdade, eu tenho sofrido muito por estar me sentindo só. Queria que não fosse assim.

Ter sentimentos e ser romântico, se é bom quando se ama, é horrível quando se sente solitário. E justamente, eu tenho me sentido muito mal nos últimos dias.

Se Deus, em sua grandiosidade sem fim, tem algo pra mim, tenho certeza plena que é algo enorme. Pois sentir a amargura que tenho sentido atualmente só pode ser preparação para algo muito mais duro de se enfrentar.

Atualmente, não tenho trabalhado direito, não tenho estudado direito, vivo sonolento. Até o apetite tem ido embora. Justo eu, que acreditava que essa coisa de depressão não existia. Acreditava que tudo era questão de pensamento positivo, e de fazer as escolhas certas.

Antes, quando eu estava acompanhado, eu tinha aquela vontade toda de ser um bom aluno, de garantir um bom futuro, trabalhar muito e assim montar minha familia. Agora, sem perspectivas de ter mesmo uma familia como eu sempre - e Deus sabe - sempre desejei, eu perdi o brilho nos olhos que me faziam lutar pelos meus ideais.
Se não fosse a vontade de expor o que eu sinto, sinceramente, não teria muita justificativa acordar dia após dia.

Um jovem, de 22 anos, que não se acha um cara antipático nem feioso, trabalhador, honesto, fiel a Deus e aos que lhe confiam, sente que não tem motivos para lutar. É triste, e mesmo eu sabendo que isto está em mim, eu não acho solução para o problema.

Aboli de minha vida essa coisa de "ficar" que tanto jovens falam por ai. Afinal, não é assim que acho que vou encontrar outra pessoa para mim. Parei de ser um paquerador, pois não quero uma mulher que seja um troféu. Quero apenas uma grande amiga, mais que amiga, que eu possa encostar minha cabeça, e chorar quando eu precisar, que possa sorrir quando eu contar uma piada, ou que possa me orientar quando eu estiver desnorteado.

Olho para tantas garotas na faculdade, e em nada elas me agradam. Parece que eu busco um rosto certo, um sorriso predestinado a mim. Não ouço os sinos tocarem quando eu conheço uma pessoa nova, e nem quando me relaciono com as que conheço.

Antes, quando eu era bem imaturo, eu confundia todas minhas amizades com garotas. Eu vivia me apaixonando. Era um bobo, que chorava ao ver um filme de romance. Hoje, eu estou me tornando duro. Se eu começo a me apaixonar por alguma amiga, eu me afasto rapidamente. Querendo ou não, o meu grande relacionamento que se acabou, e que agora ainda sofro, nasceu de uma confusão de sentimentos destas. Mas, ainda continuo a chorar nos filmes de romance.

Chorei um dia que senti que estava tão feliz com alguém, que senti medo de que este alguém morresse. E isso era véspera de um recital de piano desta garota. Não me esquecerei jamais da dor que senti naquela noite. E sei o quanto eu a amei apartir daí.

Hoje, nem sei o que acontece direito com ela. Ela deve estar bem, curtindo o novo namoro, e sendo feliz com outra pessoa. Provavelmente, ela nunca sentiu por mim esse medo de perda, medo de que um dia eu viesse a morrer. O mais duro, é saber que amei uma pessoa, fui fiel a uma pessoa, lutei e dediquei meu trabalho e meu estudo a esta pessoa, e hoje eu nem sei mais se esta pessoa lembra que eu existo.

Quando eu me tento animar, pensando: "vai lá e estude para ter um bom dinheiro, um carrão e um casarão" eu sinto que isso seria uma forma de me auto-afirmar que estou bem. Estaria eu satisfazendo meu ego, para tentar ser feliz. Mas eu tenho certeza que chegaria uma hora que o carrão já não seria o bastante, que o casarão não seria tão grande, e que uma esposa linda e escultural não me faria feliz como eu quero ser.

Não adianta suprir as necessidades de nosso ego. É como um vicio, uma droga. Você satisfaz hoje comprando aquele carro caro, logo vai querer um mais caro. Você sai com uma mulher maravilhosamente linda, logo vai querer uma mais linda. E assim, até que você vê que vendeu sua alma e seu bom senso a troco de tentar se fazer feliz. Mas a felicidade está na modéstia, na humildade e na simplicidade. E é isso que eu procuro.

Então, por essa humildade e essa modéstia, hoje eu venho aqui descarregar meu pranto nessas linhas de texto. Venho aqui para informar que não estou feliz. Tem dias que sim, mas desde nove de abril de dois mil e cinco, eu tenho tido bem mais dias tristes que felizes. O que me consola, é saber que tenho me tornado um homem melhor, mais honesto, mais humilde e mais sensato. Se isto vai me valer algo no futuro, só Deus mesmo é que pode me mostrar.

Desculpem amigos, eu estar aqui a trazer tristeza para o meu canto na internet. Queria achar um lugar que eu pudesse chorar sem ser visto, ou melhor, ser visto apenas por Deus. Mas não consigo segurar em mim a dor. Não consigo.

Pensem o que quiserem. Só uma coisa eu queria que todos soubessem: que no dia em que nasci, Deus não me fez e não me criou para que eu viesse a terminar minha vida em um momento infeliz. Então, agora não é minha hora. E vou tentar encontrar essa pessoa que vai me tirar dessa amargura toda. Fujam todos aqueles que não quiserem me apoiar, e fiquem por perto aqueles que quiserem festejar quando eu conseguir. Até lá, desculpem minhas lágrimas derramadas...

Rony Gabriel

Comentarios: 1

Anonymous Anônimo   diz...

Oi...
Li seu texto e lembrei de uma vez que o Pr.Marcelo, disse que se não houvesse os momentos tristes e difíceis, que não se tem ânimo pra nada, não saberíamos dar valor aos momentos bons que Deus tem guardado pra nós, e acabaríamos não vivendo intensamente os planos de Dele...
Então descansa, no tempo certo, tempo esse de Deus, que é super diferente do nosso, os dias bons vão vir...e serão bem melhores do que se pode imaginar.
pode contar comigo!
Mari

1:48 PM  

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