terça-feira, agosto 30, 2005

A Noiva e o Bêbado

Ele já estava de partida quando ela surgiu. Era bonita, mas a falta de sentidos devido ao álcool e outras coisas mais não o permitiu ver que ela era uma garota interessante.
Curioso, mesmo ele caído ao chão, foi ajudado por ela. Uma noiva, ele imaginou.
E assim, em poucos segundos, um homem que tinha sido desperdiçado por outra, acabava com a sua vida na porta de um bar.
Embriagou-se e estava a balbuciar desesperança e dor.
Ele era um homem bom. Trabalhava, se empenhava, tinha sonhos com aquela que o abandonou. Mas ficou sem um motivo para lutar.
Até tentou satisfazer seu ego, ser feliz pela felicidade que o dinheiro pode comprar, mas ele logo viu que não passava de um vício. Vício por vício, beber era mais barato...
No bar, ele bebia como um desgraçado. Vertia em lágrimas cada gota de vodka que bebia.
Espantou a todos num momento que saltou da mesa, revoltado.
A garota que o encontrou, ainda não tinha chegado.
Ele, gritando e berrando, fez com que todos se afastassem dele. As pessoas tinham medo a cada movimento brusco que ele fazia.
A garota, ao chegar, pegou em seu pulso, e o tentou animar.
Com as pessoas alvoroçadas, ele tornou aquilo que estava em sua mão para dentro de sua boca.
A garota, com as mãos ensangüentadas, tentava trazê-lo à vida.
Com o frio cano na boca, ele puxou o gatinho.
Ela sujou sua roupa branca tentando o socorrer.
A noiva. Uma paramédica.
O homem. Morto.

Comentarios: 1

Anonymous Anônimo   diz...

Gostaria de parabenizá-lo pelo excelente texto “O bêbado e a Noiva”, do qual se é possível viver cada sentimento dos personagens que juntos se encontram num momento da triste partida.
Fiquei emocionada e pensativa, com vontade também de ajudar aquele homem que por amor morria.

11:26 PM  

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