quarta-feira, setembro 06, 2006

Deus é Figurativo?

O texto de hoje é uma resposta que dei no serviço Yahoo!Respostas (http://br.answers.yahoo.com/)
A pergunta que respondi é de um ateu, e ele questiona o seguinte:
"Pelo jeito, tudo na Bíblia é figurativo, metáfora ou catacresi.
Seria o Deus ali descrito, figurativo também?"
(clique aqui para ir para o site da pergunta no Y!Respostas)

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Tenho pontos de vista a acreditar que mais que simplesmente chegar a uma verdade de que se Deus é figurativo ou não, precisamos primeiro chegar à verdade de se cremos nele ou não.

Quanto no auge de minha adolescência, eu cria que Deus era, na verdade: Força de Vontade, Perseverança, Natureza e Ocasionalidade. Creio que muitos filósofos clássicos usaram as mesmas definições que eu, em meus pensamentos imaturos, cheguei.

Mas, um dia acordei, não faço idéia do porque, com medo da morte. Senti algo feito uma amostra-grátis de "Síndrome do Pânico", e passei apenas um dia inteiro com medo de acontecer qualquer acidente, e de perder minha vida. Sei que posso parecer louco ou frustrado, mas neste dia eu inclusive escrevi uma carta para minha mãe dizendo que sentia que perderia a vida naquele dia. Mas, mesmo sentindo um medo terrível, senti que havia alguém ao meu lado.

A partir deste dia, comecei minha caminhada em tentar crer num Deus invisível, metafórico, figurativo, mas que segundo multidões, existia e estava sempre ao nosso lado.

Buscando compreender esta crença, esta estranha fé em algo que não se pode apalpar, comecei a entender que não importava se o universo nasceu num "Big-Bang" ou no "...E se faça Luz!". O que me importava, era acumular conhecimentos que fossem acrescentar algo em minha jornada, que fossem me capacitar a fazer novas coisas, da melhor maneira, com o menor esforço, e com o melhor resultado. Para isso, tive que me abrir a conselhos, sugestões, análises e críticas. Logicamente, vindas não de um "Deus", mas sim das pessoas ao meu redor.

Comecei a ler sem parar. Buscar nas páginas de livros os conselhos e sugestões de pessoas que já viveram. Comecei a ouvir pessoas mais velhas, comecei a dar ouvido a pessoas que eu nem conhecia. Comecei a ver o quão defeituoso e imperfeito eu sou, e aí comecei a ouvir esboços de um certo homem que, senão perfeito, foi um dos mais sensatos que passou pela Terra, e pela História.

Que Jesus Cristo existiu é fato, do contrário, nosso calendário não teria o nascimento dele como referência. Quando você assina um cheque, olha as horas, data um documento, você está afirmando que ele nasceu e existiu. E certamente, mesmo depois de mais de dois mil anos, se ainda nos referenciamos a ele, é porque algo de muito extraordinário ele fez ou disse.

Assim, comecei a me indagar quem foi este homem tão importante. Reis passaram sobre a Terra, mas nenhum conseguiu ter um memorial mais difundido do que Cristo com seu nascimento. Então, ao menos buscar suas palavras foi algo que eu achei que devia fazer. Comecei a ler a Bíblia.

E assim, começando a conhecer e experimentar de tudo que a Bíblia diz, dos ensinamentos de Cristo e das suposições que ele fazia, eu comecei a ver que ele era sensato e sábio. E assim, como se ele fosse um amigo vivo, real, ao meu lado, eu me determinei a nunca mais deixar de ouvir o que ele disse, e de sempre buscar respeitar sua memória.
Então, sem esse papo evangelístico de que “Jesus é o Salvador, Ele te ama e eu também”, eu comecei a entende o porquê de muitos crerem nele. E vi que era sensato.

Não creio num Cristo porque “Ele é o todo poderoso”, ou porque “Ele é o filho de Deus”, mas sim porque é interessante crer em um homem que foi sábio, moderno em relação ao pensamento de seu tempo, e acima de tudo, humilde.

Hoje, pode ser que você ache que Deus é figurativo. Eu também achei. Mas hoje, eu não acho Deus figurativo. Assim, creio que crer se ele é figurativo ou não, tem mais a ver com o fato de eu ser interessado em saber se ele existe. Se eu simplesmente afirmasse que ele não existe, ele realmente nunca irá existir, ao menos pra mim.