domingo, setembro 17, 2006

Qual o valor de cada pessoa perante a nossa indiferença?


1
O Senhor enviou Natã a Davi. Entrando ele a falar com Davi, contou-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre.
2 O rico tinha ovelhas e gado em grande número, 3 mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena ovelinha que comprou e criou, e que em sua casa cresceu, junto com seus filhos. Do seu bocado comia, do seu copo bebia, e dormia em seus braços. Ele a tinha como filha. 4 Chegando um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele. Em vez disso, tomou a cordeira do pobre, e a preparou para o homem que lhe havia chegado. 5 Então o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o Senhor, digno de morte é o homem que fez isso.
- 2ª Samuel 12:1-5

Hoje em dia a televisão parece não ter mais telespectadores inteligentes, que têm opinião e crítica. Ao menos, não é isto que se mostra nos programas que têm ido ao ar nesta nossa época. Hoje em dia maioria esmagadora programas parece querer alcançar “massas”, multidões de pessoas que geralmente são muito semelhantes e simplórias no seu senso crítico contra coisas que deterioram os aspectos familiares, a cultura, a educação e os valores cristãos. Não importa se o programa leva crescimento pessoal ao telespectador. Importa só a liderança no número do Ibope.

Olhando o texto bíblico citado acima, eu fico me imaginando o porquê do fazendeiro rico não ter querido sacrificar uma ovelha sua para servir ao viajante. Por que será que ele não pegou uma das suas, já que tinha tantas? A única explicação aceitável é que na verdade até o fazendeiro rico sabia que o valor da pequena ovelhinha do fazendeiro pobre era muito maior que o de qualquer ovelha que ele tinha no seu grande rebanho. E por querer servir o melhor para aquele viajante que visitava sua casa, ele viu que era indigno servir uma de suas próprias ovelhas.

O mundo em nosso tempo, a atual sociedade, tem sido arrebanhada por um fazendeiro que se importa apenas com a quantidade. Quer tornar a mim e a ti em pessoas que perdem o valor individual, e passamos a ser apenas um número estatístico. Quer nos tornar apenas “mais 1” numa lista onde não importa se esse “1” que somos é honesto ou desonesto, é esforçado ou negligente, é honrado ou desonrado, é justo ou injusto. E este fazendeiro é nada mais senão nossa grande Indiferença.

A nossa indiferença com aqueles que são diferentes, que são únicos, que são pobres, que são isolados, é a mais violenta forma de sacrificá-los.

A televisão de hoje é indiferente aos que querem assistir programas inteligentes, indiferente aos que querem ver novelas românticas porém sem pornografia mascarada e sem agressões aos valores cristãos, indiferente aos pais que querem desenhos animados que tratem de amizade e respeito para seus filhos assistirem, indiferente aos jovens que não querem ver bundas e peitos de fora mas sim conhecimento e ciência. E com essa indiferença toda, a televisão tem sacrificado dia após dia os indivíduos que são diferenciados.

Somos pessoas únicas. Somos pessoas que temos diferenças em relação ao que tanto a televisão, como a música, o cinema, as revistas e a cultura popular brasileira têm se abastecido e nutrido as massas. Não sejamos cúmplices de nos tornarmos parte da massa. Ao contrário, lutemos para que as massas sejam divididas, re-divididas e separadas até que cada indivíduo que era apenas “mais 1” nessa massa possa entender que ele é uma pessoa única.

Não deixe a indiferença a cada pessoa neste mundo sacrificar as pessoas únicas que cada pessoa é.

Ingrid e Rony Gabriel Lanzoni Fagundes