...Para eu estar mais perto de Cristo, eu tenho que me sentir mais pecador, e não mais santo.

Deus,
Quero aqui te pedir algo. Mas é algo que me envergonho de pedir.
Quero pedir perdão.
Perdão por ontem ter cometido pecados que nem sei quais foram.
Perdão por hoje saber que vou cometer pecados que nem farei idéia.
E perdão por amanhã, da qual nada sei dos pecados que sei que acabarei cometendo.

E ao contrário, não quero me limpar de meus pecados. Quero que Você me limpe.

Sabe Deus, estive pensando, e notei como é invertido o mundo que vejo.
Cristãos que querem se sentir mais perto de Cristo mantendo a máscara de que pecam menos do que outros. Sinceramente, minhas reflexões me mostram que para eu estar mais perto de Cristo, eu tenho que me sentir mais pecador, e não mais santo.

Afinal, Seu filho não andava entre os que se achavam menos pecadores, mas sim entre aqueles que tinham vergonha de seus pecados, mas que achavam que nada podiam fazer.

As vezes eu peco, e acho que nada posso fazer. Mas aí é que Cristo vem para perto de mim. E me mostra que eu poderia não ter pecado.

Sabe, naquela hora que a gente acaba de cometer um pecado, e fica com vergonha de você, Pai? É nessa hora que Cristo mais está perto da gente. Afinal, Ele quer ser o primeiro a nos ajudar. Mas a gente se desvia dEle, envergonhados.

E nisso entendo porque Você é “Um” que é “Três”. Para que possamos até achar que podemos fugir de um de vocês, mas que na verdade de um dos outros dois não.

Assim, ninguém deve achar-se muito Cristão, se não estiver disposto a assumir que é muito pecador. Se eu pudesse, diria ao mundo que sou o maior dos pecadores. Sorte que para que minha soberba não me atinja, Você fez com que todos pecados tivessem peso igual. E assim, de mesma forma, ninguém pode ser mais santo que ninguém, assim como ninguém pode ser mais pecador que ninguém. Todos somos iguais, com pecados diferentes, com santidades diferentes, mas com o mesmo valor perante Seus olhos.

Noto então, Deus, que todo humano, feito para a perfeição do Teu amor, tem chances iguais de ser Cristão de verdade. Simplesmente entendendo o por que de Cristo ter nascido e sido sacrificado: para que pudéssemos ser pecadores sem medo de sermos pecadores, e para que fossemos santos, sem soberba de sermos santos por nosso próprio mérito. Somos assim, essa mistura oblíqua de desejos e angústias, de medos e coragens, mas de uma forma muito intrigante, somos essa mistura de pecado e santidade, baseada simplesmente no amor que Tu tens por nós. Amor esse que deu Seu filho por nós.

Obrigado por me permitir receber de seu filho a santidade do seu sangue.
Obrigado por me fazer pecador na medida da qual eu entenda que Você quem é perfeito.
Obrigado por me fazer pensar e entender isso tudo.
Ou na verdade, só entender esse pouquinho...