domingo, setembro 04, 2005

Convicção e Decisão

Há algum tempo atrás, ouvi diversos conselhos que me remeteram a formar uma boa teoria para como funciona esse negócio de Paixão. Mas lógico que você vai dizer: "O que? O Rô descobriu como controlar o Coração?" Logicamente que não é isto. Mas entendendo com calma o que eu vou explicar, pode ser que você venha a desconhecer menos o que é este ser incompreensível que vive em nós que é a Paixão.

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As pessoas vivem conhecendo outras pessoas do sexo oposto (considere este um texto heterossexual). Amigos apresentam amigos para amigos dos amigos. E vice-versa. Sempre estamos conhecendo um alguém novo, seja na faculdade, na escola, no ponto de ônibus, dentro do ônibus (sei que existem lugares melhores...), no trabalho, na balada, na igreja, em todo lugar. E para uma amizade recém-nascida decolar de fato, creia, tem que rolar uma mínima e ínfima paixão em pelo menos um dos dois envolvidos. Pode perceber que quando uma amizade entre um homem e uma mulher surge, exceto casos onde as pessoas tem que conviver juntas obrigatoriamente (como no mesmo setor de trabalho), um dos dois se apaixona levemente pela outra pessoa. É quase imperceptível, mas com um cuidado maior, você vai notar isto também.

A partir daí, você começa a se relacionar com esta pessoa meio que constantemente. E sem querer, surge aquela coisa boa de se ter, horrível de se perder e ótima de se concretizar. O desejo de ter este novo alguém por perto como seu melhor amigo, sua melhor amiga. Alguns, a isto, denominam como Paixão. Outros até confundem com Amor. Mas o Amor é algo que tenho certeza que só surge quando se tem tempo de união com outra pessoa.

A paixão está instituída. Mas geralmente não são os dois que se apaixonam. Eu sei que existem casos onde os dois se apaixonam, e se você notar um caso desses com você, não deixe escapar! Mas geralmente, em muitos dos muitos casos que ocorrem por todo o mundo, um dos dois se apaixona, e dorme e acorda pensando na pessoa desejada. Com o passar dos dias, o tempo começa a colocar a convicção de que aquela pessoa é quem você realmente quer consigo.

Tempo, tempo, passa o tic-tac do relógio. Até chegar o dia em que, de uma forma ou outra, acontece algo entre os dois. Imagine-se você, tocando os lábios daquela pessoa que tanto quis beijar, abraçando aquela pessoa que tanto quis sentir o calor. E agora, tudo é real.

Deus quisesse que fosse simples assim. Não basta um beijo no dia ideal. Não basta um abraço carinhoso no momento perfeito. É necessário que a outra ponta, aquela que não sabemos se está apenas a brincar conosco ou realmente sente o mesmo que nós, está fazendo e permitindo aquilo tudo acontecer porque ela quer o mesmo que nós. E pra dor e infelicidade dos corações apaixonados, geralmente não é porque ela está apaixonada.

A pessoa apaixonada é aquela que chamaremos de Convicta. É aquela pessoa que por uma certeza incerta, um pingo irracional de sentimento, tem a convicção de que a outra pessoa é o ideal para ela.

Já a outra, aquela que deixou acontecer o momento passa por uma opção: Ou depois deste momento, ela fica com medo e se afugenta, pois não é isto que quer para si (deixando um coração partido, infelizmente) ou toma a decisão de querer a outra pessoa por perto. A esta que resolve querer a outra por perto, para ver que frutos podem dar deste relacionamento, daremos o nome de Decidida.

E assim, juntas, Convicta e Decidida convivem e vão se conhecendo. Isto enquanto o tempo tenta fazer com que o amor surja, e aí, invertem-se os papeis. A Decidida passa a ser Convicta, e a Convicta, com o sentimento bem menos “a flor da pele” que antigamente, passa a ser Decidida. Neste ponto, está completamente firmado o namoro.

Convicção e Decisão. Pense bem: qual das duas pessoas é você?

Eu mesmo, sempre fui convicto nas histórias de minhas paixões. Vivi quebrando meu coração e meus sentimentos. Mas para inverter, atualmente eu quero ser o Decidido. Quero achar aquela pessoa que apaixone-se por mim, e da qual eu vou me decidir a tentar com ela. Mas não posso negar que eu ainda tenho resquícios de meu lado convicto. Quero ainda uma pessoa que me faça ver todas estrelas do céu caírem em minha mão, todas as luzes iluminarem seus olhos e brilharem para mim. Mas, de tanto que sofri, tenho receio de ficar convicto novamente, e me machucar. Então, agora quero ser o Decidido.

Mas o pior é se mesmo você, decidido a ser o Decidido, pegar-se Convicto de que alguma pessoa é a ideal para você. Não podemos controlar o coração. Então, tentar ser o Decidido não é tão simples. Ainda mais quando você é um romântico e bobo apaixonado como o que escreveu este texto.

Tanto falei, não cheguei a muitas conclusões. Mas eu lhe fiz pensar se é você quem se apaixona, ou permite que se apaixonem por você. Decida-se, convença-se. Mas indiferente de qual lado você está, deixe o coração lhe controlar! Pois a angústia que ele traz ao ser reprimido é tamanha que nos tira a vontade de fazer qualquer outra coisa senão pensar na pessoa de nossa paixão.

Pense na paixão como algo inevitável. Vão se apaixonar por você. Você vai se apaixonar por alguém. Apenas, deixe acontecer. Deixe a brisa do sentimento percorrer sua espinha, e lhe dar aquele calafrio que você não sabe se é alegria, se é tristeza. O grande filme de nossas vidas sempre começa com um trailer de outro antes. Temos que sofrer e chorar para nos tornarmos melhores. E um dia, naquele dia, você se lembrará deste meu texto.

Bom dia, a todos que se convencem, ou se decidem!

Rony Gabriel

Comentarios: 1

Blogger Unknown   diz...

Eu não sei me decidir... =(

tenho certeza que só a que se apaixona...

1:13 PM  

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