Paixão pela Comunicação

Bom, voltando ao assunto, eu estive assistindo algumas entrevistas e demais extras dos filmes (senhores: existem “só” SEIS DVDs de extras!), e encontrei uma entrevista com um homem que não é um simples homem. É um professor de religião e filosofia americano chamado Cornel Ronald West. E, mesmo não sendo ator, foi convidado para atuar nos últimos dois filmes da trilogia, com o personagem “Conselheiro West”.
Numa entrevista dessas que acontecem atrás das câmeras, ele falou uma coisa que eu fiquei muito tocado, pois é a maior verdade que deveríamos ter como pessoas que carregam a palavra, seja ela cristã, seja ela de apoio, seja ela de conselho. Transcrevo agora as palavras dele, e gostaria que cada um que resolve falar com outras pessoas prestasse atenção a sua mensagem:
“Eu tenho paixão pela comunicação, e quando temos paixão pela comunicação queremos respeitar àqueles com quem falamos ao ponto de falarmos uma linguagem que eles compreendam. Entretanto, também queremos respeitá-los ao ponto de criticá-los, provocá-los, e desafia-los. Paixão pela comunicação significa que queremos encontrar alguma forma de afetar as mentes das pessoas, os seus corações e as suas almas.”
- Dr. Cornel West
Embora foi um homem da atualidade que disse isto, vejo como soa de maneira semelhante ao que Paulo, nas suas cartas na Bíblia, dizia. Paulo era um homem que instigava, opinava, criticava, e realmente era apaixonado por se comunicar. Escreveu diversas cartas, viajava para vários lugares afim de visitar as pessoas, as comunidades. Era um homem que sabia respeitar opiniões, mas sabia se opor sem ser arrogante ou omisso. Paulo foi um homem que não foi um simples homem. Foi um sábio homem. Cornel West é um homem que não é um simples homem, mas também um sábio homem. O que os fazem semelhantes e sábios é algo que nem sempre nós empregamos em nossa forma de comunicarmos com outras pessoas: Respeito.
Eu sou cristão. Tenho o dever de levar o evangelho e a verdade da salvação que está na palavra de Deus. Mas, não é porque alguém crê em Oxú, em John Smith, ou em Maomé que eu tenho que desrespeita-la. Eu tenho que encontrar uma forma de respeita-la, falando com ela com o respeito de falar uma linguagem que ela entenda. Se eu falto com ela, criticando desrespeitosamente a crença que ela tem, eu certamente darei o pior exemplo de cristão que eu poderia dar: demonstrarei que eu não tenho amor pela vida dela, mas sim por uma religiosidade.
Assim, ser cristão não é ser religioso. É ser apaixonado pela comunicação do Evangelho. Mesmo que eu esteja falando deste Evangelho, eu tenho que medir minhas palavras para respeitar quem tenha a crença em algo diferente. E aos incautos que pretendem me repreender no que eu digo em respeitar outras crenças, eu afirmo que respeitar não é concordar, mas como disse o próprio West, é criticar, provocar e desafiar.
Temos que amar muito as pessoas para nos dispormos a criticá-las, provocá-las e desafiá-las. Jesus exatamente assim o fez. E Paulo o imitou. E Cornel West explicou. Espero que eu possa me melhorar a ter essa mesma atitude.