sábado, julho 29, 2006

Paixão pela Comunicação

Esta semana, ganhei de presente de minha namorada o box com a coleção completa do filme Matrix. Como alguns amigos meus bem sabem, sou fã de Matrix (fã, mas não adepto, pois nunca fui de óculos escuros e roupa preta pra assistir o filme no cinema, que convenhamos, é ridículo... Matrix é filme, não time de futebol!) e sempre eu quis este box. Gostaria de aproveitar aqui pra agradecê-la, e dizer que aprecio demais o gesto de me surpreender com aquilo que é parte de mim. Gosto muito de cinema, gosto muito de Matrix. Obrigado Deh, pois sinto seu amor tanto nestes gestos, como pelo fato simples de você existir e pensar em mim.

Bom, voltando ao assunto, eu estive assistindo algumas entrevistas e demais extras dos filmes (senhores: existem “só” SEIS DVDs de extras!), e encontrei uma entrevista com um homem que não é um simples homem. É um professor de religião e filosofia americano chamado Cornel Ronald West. E, mesmo não sendo ator, foi convidado para atuar nos últimos dois filmes da trilogia, com o personagem “Conselheiro West”.

Numa entrevista dessas que acontecem atrás das câmeras, ele falou uma coisa que eu fiquei muito tocado, pois é a maior verdade que deveríamos ter como pessoas que carregam a palavra, seja ela cristã, seja ela de apoio, seja ela de conselho. Transcrevo agora as palavras dele, e gostaria que cada um que resolve falar com outras pessoas prestasse atenção a sua mensagem:

“Eu tenho paixão pela comunicação, e quando temos paixão pela comunicação queremos respeitar àqueles com quem falamos ao ponto de falarmos uma linguagem que eles compreendam. Entretanto, também queremos respeitá-los ao ponto de criticá-los, provocá-los, e desafia-los. Paixão pela comunicação significa que queremos encontrar alguma forma de afetar as mentes das pessoas, os seus corações e as suas almas.”
- Dr. Cornel West

Embora foi um homem da atualidade que disse isto, vejo como soa de maneira semelhante ao que Paulo, nas suas cartas na Bíblia, dizia. Paulo era um homem que instigava, opinava, criticava, e realmente era apaixonado por se comunicar. Escreveu diversas cartas, viajava para vários lugares afim de visitar as pessoas, as comunidades. Era um homem que sabia respeitar opiniões, mas sabia se opor sem ser arrogante ou omisso. Paulo foi um homem que não foi um simples homem. Foi um sábio homem. Cornel West é um homem que não é um simples homem, mas também um sábio homem. O que os fazem semelhantes e sábios é algo que nem sempre nós empregamos em nossa forma de comunicarmos com outras pessoas: Respeito.

Eu sou cristão. Tenho o dever de levar o evangelho e a verdade da salvação que está na palavra de Deus. Mas, não é porque alguém crê em Oxú, em John Smith, ou em Maomé que eu tenho que desrespeita-la. Eu tenho que encontrar uma forma de respeita-la, falando com ela com o respeito de falar uma linguagem que ela entenda. Se eu falto com ela, criticando desrespeitosamente a crença que ela tem, eu certamente darei o pior exemplo de cristão que eu poderia dar: demonstrarei que eu não tenho amor pela vida dela, mas sim por uma religiosidade.

Assim, ser cristão não é ser religioso. É ser apaixonado pela comunicação do Evangelho. Mesmo que eu esteja falando deste Evangelho, eu tenho que medir minhas palavras para respeitar quem tenha a crença em algo diferente. E aos incautos que pretendem me repreender no que eu digo em respeitar outras crenças, eu afirmo que respeitar não é concordar, mas como disse o próprio West, é criticar, provocar e desafiar.

Temos que amar muito as pessoas para nos dispormos a criticá-las, provocá-las e desafiá-las. Jesus exatamente assim o fez. E Paulo o imitou. E Cornel West explicou. Espero que eu possa me melhorar a ter essa mesma atitude.

domingo, julho 23, 2006

...Tudo que nele há, Você quem fez pra mim

Eu mesmo acho que é egoísmo de minha parte, mas às vezes, eu acho que Você fez esse mundo todo pra mim.

Às vezes, eu acho que cada momento que eu vivo, cada dor que eu sofro, cada lugar que eu visito, cada pessoa que eu conheço, todas estas coisas, foram criadas pela Sua mente, para contar minha história pelo universo.

Assim como um personagem em um livro não é completo sozinho, Você fez tudo ao meu redor, para que eu fosse uma boa história a ser contada por Você. Algo que Você se regozijaria em contar, e lembrar, e viver novamente em Sua mente.

Até a história mais contada no mundo, aquela que está no mais vendido livro de todos os tempos, aconteceu por minha causa. Até Seu filho, fruto de Seu amor pleno pelos seres humanos, assim como eu sou, foi morto, martirizado e ressuscitado por minha causa.

Assim, sinto que minha história é algo que Você quer contar com prazer. E minha obrigação é lhe dar essa boa história.

Aí, um dia, quando eu sentar ao Seu lado, pra conversarmos sobre como escrevemos essa história juntos, Você vai me lembrar de como eu fui rebelde, de como eu fui ansioso, de como eu fui medroso, com medo de que as coisas saíssem erradas.

Todas as coisas nunca sairiam erradas, pois Você as planejava. Você fazia o que era de melhor pra mim, e eu, tolo, ficava receoso. Às vezes eu queria tentar melhorar as coisas. Mas melhorar pra quê, se você fazia o melhor?

Hoje, aqui, eu sinto o quanto Você me persegue com Sua ávida paixão. Sua vontade de me fazer feliz. Cada música que eu ouvi, cada planta que eu colhi, cada lição que eu recebi, cada dor que eu sofri, cada dia que eu vivi, tudo, se interconectava para que eu pudesse captar Seus sinais.

Até a noite. Até as estrelas. Até o céu. Até as nuvens. Até minha família. Até minha pobreza. Até minhas carências. Tudo. Tudo Você fez existir para que eu pudesse, quem sabe sem querer, sentir a Tua presença ao meu redor.

E hoje eu sinto, Pai. E hoje eu sinto quem Você é pra mim. Pai. E quero sentir Você.

Ajuda-me a contar minha história, pois eu sozinho só faria coisas infelizes. Continue a me cercar com Seu cuidado, para que a cada dia eu durma um homem melhor do que no dia anterior.

Toma-me em seus braços, me faz Te alcançar.

Obrigado por este mundo todo, e cada pessoa, e cada coisa, e cada momento, pois sinto que tudo que nele há, Você quem fez pra mim.

Obrigado.

quinta-feira, julho 20, 2006

Observar mais a natureza é observar mais a Deus...

Eu vinha hoje passando pelas árvores que existem aqui onde trabalho, e parei para pensar acerca de uma árvore bem alta, da qual quase não faz sombra, mas tem uma característica muito intrigante: suas sementes são providas com três pequenas folhas rosadas, como se fosse uma pequenina peteca, da qual ao caírem do topo da árvore, usam e abusam do vento para irem longe, o quanto possível. Caem estas sementes como pequenas hélices, e rodopiam até o chão onde tentarão se tornar novas plantas.

A natureza pode ensinar mais do que podemos imaginar. E eu pude me usar de minhas observações para acolher o coração experiente de uma professora hoje, da qual estava um pouco triste pelo fato de se sentir em momento de pedir uma aposentadoria.

Eu a auxiliava com alguns documentos relativos a toda vida acadêmica dela. Doutora diplomada, mais de 40 anos de trabalho no ramo da educação, uma grande professora, ficou viúva recentemente, e se mostrou um pouco triste em sentir que vem sua hora de diminuir o ritmo de trabalho. Ela disse-me que era triste ver todos títulos que ela tinha, e agora ela se sentir cansada para continuar. Eu lembrei-me da árvore que vi pela manhã, e me senti confortável em usar da sabedoria vinda de Deus para confortar essa mulher.

Falei a ela que mais que ver os títulos dela, eu via os 40 anos de trabalho, de ensino, de doação a outras pessoas. Fiz com que ela pensasse em todos alunos que teve, em tantos que se formaram, em alguns que viraram doutores como ela, e alguns ainda que trabalham agora, assim como ela, a disseminar o conhecimento. Comparei com aquela árvore, que deve ter vivido alguns bons anos para crescer e ficar alta, e aí usar e abusar do vento para levar suas sementes longe.

Se um dia aquela árvore ficar velha demais para dar sementes, ela já deu por muitos anos. Ela provavelmente fez nascer outras árvores, que continuarão a jornada daquela espécie de planta no nosso mundo. Assim somos nós. Temos a mesma demanda que aquela árvore. Temos que plantar nossas sementes, fazer com que as pessoas ao nosso redor sejam acrescentadas com a nossa presença, e nunca por nós desestimuladas ou depreciadas. Quantas mais sementes plantarmos nos corações ao nosso redor, mais felizes diremos que nosso tempo como semeadores termina, quando vier a hora de dizer que termina, pois fizemos bem nossa parte.

Porém, podemos fazer nossas sementes irem mais longe. Temos que aproveitar do vento, mas pra isso, nossas sementes tem que ser providas de “hélices”, e eu diria que pra isso, nossas sementes tem que ser providas de amor. Não basta disseminar conhecimento, temos que disseminar o conhecimento com amor. Foi isso que Cristo fez. Ele proveu suas sementes de conhecimento com as “hélices do amor” e aproveitou do vento para mostrar ao mundo como sementes podem ser plantadas em nossos corações. Não é a toa que Ele é o mais conhecido homem da humanidade, e sua história é até hoje inspiração para milhares e milhares de seguidores. Jesus Cristo conseguiu usar tanto amor, como ninguém mais, a ponto de a cada dia mais e mais pessoas serem alcançadas por seu conhecimento.

Assim, começo a crer que observar mais a natureza é observar mais a Deus. É observar mais a Sua criatividade em buscar melhorar nossos corações.

segunda-feira, julho 10, 2006

O prazer do bem é difícil, porém maior...

Eu estava pensando em quanto prazer é gerado ao causar o mal. Sabe, acho que deve causar algum prazer fazer o mal, porque não justifica-se as pessoas fazerem o mal apenas por fazer, sme nada em troca. Acho que gera prazer fazer o mal, porém, acredito que o prazer que o bem gera é maior e mais duradouro.

As pessoas optam sempre pelo caminho mais curto, pela forma mais fácil de exercitar as tarefas do dia a dia, pelo meio mais conveniente para si de conseguirem o que querem. E o prazer é algo que se pode conseguir de duas maneira totalmente distintas.

Dizem alguns assassinos que matar causa prazer. Psicopatas então quem o digam, pois eles matam geralmente pelo prazer que se desencadeia ao tirar a vida alheia. Em relação aos estupradores também já foram visto casos onde estes criminosos eram casados, tinham uma esposa e tinham relações sexuais saudáveis com elas, mas ainda sim cometiam os crimes pelo fato de sentirem mais prazer ao sentirem que violavam uma pessoa contra sua vontade. Acredito que inclusive os casos de violência doméstica as vezes ocorrem por conta do prazer que o parceiro tem em agredir o outro, e de se sentir supremo.

Em falar em supremo, o poder é outra coisa que desencadeia prazer. Estar numa posição de vantagem perante outro humano, saber que poderá subjugar este outro, seja por meio de força ou por meio de conhecimento, é algo que gera prazer no humano. Saber que se é senhor de algo ou alguém dá uma forma de prazer intensa. Ter mais dinheiro que muitos, ter mais inteligência que muitos, ter mais contatos que muitos, isto tudo pode gerar poder e este poder é algo que aparentemente é prazeiroso.

Outra coisa é ser vencedor. Ter o primeiro lugar como sua conquista, como seu mérito. Crer que se venceu ou conquistou algo dá prazer. Crer que se é comprovadamente melhor que outros gera prazer. Ainda mais, aumenta-se este prazer quando se deixa a humildade e parte para a soberba em crer que todos outros são inferiores. E aí, um prazer da vitória que poderia ser um prazer bom, se torna um prazer proveniente do mal.

Mas, como uma contradição curiosa nas regras do universo, fazer o bem causa um prazer maior e muito mais intenso e duradouro que o prazer causado pelo mal. Porém, fazer o bem é mais difícil, mais demorado, mais doloroso a princípio e mais desafiador.

Fazer o bem envolve renúncia. Temos que renunciar o prazer para alcançar um prazer maior. É algo contraditório, eu sei, mas é a verdade do que acontece.

As pessoas não entendem esse prazer por não se deixarem tentar fazer. Será que Madre Teresa não tinha prazer em ajudar as pessoas que tanto ajudou? Será que Agostinho, quando renunciou todas mulheres e todo seu dinheiro, ele não sentia prazer nisto? Será que Cristo, ao cuidar de pessoas que ninguém cuidaria, amar pessoas que ninguém amaria, não sentiu prazer com isso? Será que porque ele ser tido como Filho de Deus ele não merecia prazer, mas sim apenas sofrimento? Eu sinceramente discordo que ele não sentia prazer nas coisas que fazia. Talvez, tanto sentia prazer que por isso se manteve casto (ao menos, como muitas crenças cristãs acreditam, e eu acredito).

Ele mostrou que buscar fazer o bem, ser contrário ao mal que gera prazer, deixar de lado o prazer para assim irmos em busca e um prazer maior e mais duradouro, era algo que valia a pena. Ele mostrou para nossos olhos um prazer que é invisível para olhos que não buscam enxergar a verdade que o prazer pelo prazer não gera boas coisas para nossas vidas.

O estuprador, o assassino, o vencedor arrogante, o agressor, todos estes, trocam o espaço de seus pensamentos que deveriam ser para o prazer pelo remorso e pela auto-flagelação mental. O que sofre em buscar querer fazer o bem usa seu espaço da mente para o prazer de fato, que dura e é maior que o prazer instantâneo gerado pelo mal.

O prazer do bem é difícil, porém maior.
O prazer do mal é mais fácil, porém dura menos e tem efeitos colaterais que nos perseguirão por cada dia de nossas vidas.

O que você quer? Jesus, com seu exemplo de vida, lhe dá a chance de largar para trás esses males que te afligem, e fazer você entender o prazer proveniente do bem. Acredite que este prazer existe, e deixe seus olhos verem onde este prazer intenso, duradouro, verdadeiro e bom se encontra.

Com o tempo, você verá que fazer o bem é mais fácil que fugir do mal.