segunda-feira, setembro 25, 2006

Uma história inspiradora! O Movimento por Abraços Gratuitos



Nunca fui de postar vídeos aqui no Acabou o Papel, mas este vídeo mereceu ser o primeiro.

Num mundo onde todos cada vez menos querem contato, cada vez mais somos anônimos em meio as multidões, um rapaz apenas quis ser aquele a se dispor a tratar os outros como pessoas queridas.

Fiquei realmente comovido com este simples video.

Abraços!
Gratuitos... =)

domingo, setembro 24, 2006

Navio Negreiro

(...)

Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?

Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...

Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!

Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

-Castro Alves, VI parte de seu poema “O Navio Negreiro”
São Paulo 1868

Fonte: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/castrobio4.htm

Lembra de História do Brasil? Pois é. Atualmente, em nosso país, vejo o povo ser muito semelhante com negros em porão de navio negreiro, apertados, preparados para trabalhar feito escravos e vivendo no subsolo da sociedade comendo sobras e ratos.

Enquanto isso, a minoria, os poderosos, no convés do navio brigando para ver quem fica com o ouro e o pau-brasil desta história. É assim o nosso país. Então, viver neste país é viver num navio negreiro.

Quem era mesmo que minerava o ouro? Quem é mesmo que cortava o pau-brasil?
Hoje em dia, quem é que paga impostos à rodo? Quem é que trabalha, trabalha, e não junta nada?

Quem era mesmo que usufruía do ouro sem muito esforço? Quem é mesmo que ganhava rios de dinheiro com o comércio do pau-brasil?
Hoje em dia quem usufrui dos impostos juntados do nosso trabalho? Quem é mesmo que ganha rios de dinheiro com a mão de obra barata?

Quem é que saía da terra natal, saía de casa, para ir trabalhar nos confins do mundo onde só a dor da chibata e a sujeira da senzala era direito de cada um?
Hoje em dia quem é que deixa o nordeste, que deixa o interior, e vai trabalhar na cidade grande, onde só a dor da miséria e a sujeira da favela é direito de cada um?

Quem é que levava o dinheiro para a Europa, e deixava os negros doentes e morrendo de fome?
Hoje em dia quem é que leva o dinheiro para os bancos na Suíça, para os paraísos fiscais, enquanto as nossas famílias vivem com um atendimento médico do SUS e escolas mal estruturadas para educar nossos filhos?

Notam as semelhanças? Notam o Navio Negreiro que vivemos?

Lembre-se na hora de votar, quem você é nesta história.
Vote pensando no depois das eleições.
Lembre-se que apenas alguns vão comer bem, e o resto vai continuar a comer sobras e ratos.

domingo, setembro 17, 2006

Qual o valor de cada pessoa perante a nossa indiferença?


1
O Senhor enviou Natã a Davi. Entrando ele a falar com Davi, contou-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre.
2 O rico tinha ovelhas e gado em grande número, 3 mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena ovelinha que comprou e criou, e que em sua casa cresceu, junto com seus filhos. Do seu bocado comia, do seu copo bebia, e dormia em seus braços. Ele a tinha como filha. 4 Chegando um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele. Em vez disso, tomou a cordeira do pobre, e a preparou para o homem que lhe havia chegado. 5 Então o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o Senhor, digno de morte é o homem que fez isso.
- 2ª Samuel 12:1-5

Hoje em dia a televisão parece não ter mais telespectadores inteligentes, que têm opinião e crítica. Ao menos, não é isto que se mostra nos programas que têm ido ao ar nesta nossa época. Hoje em dia maioria esmagadora programas parece querer alcançar “massas”, multidões de pessoas que geralmente são muito semelhantes e simplórias no seu senso crítico contra coisas que deterioram os aspectos familiares, a cultura, a educação e os valores cristãos. Não importa se o programa leva crescimento pessoal ao telespectador. Importa só a liderança no número do Ibope.

Olhando o texto bíblico citado acima, eu fico me imaginando o porquê do fazendeiro rico não ter querido sacrificar uma ovelha sua para servir ao viajante. Por que será que ele não pegou uma das suas, já que tinha tantas? A única explicação aceitável é que na verdade até o fazendeiro rico sabia que o valor da pequena ovelhinha do fazendeiro pobre era muito maior que o de qualquer ovelha que ele tinha no seu grande rebanho. E por querer servir o melhor para aquele viajante que visitava sua casa, ele viu que era indigno servir uma de suas próprias ovelhas.

O mundo em nosso tempo, a atual sociedade, tem sido arrebanhada por um fazendeiro que se importa apenas com a quantidade. Quer tornar a mim e a ti em pessoas que perdem o valor individual, e passamos a ser apenas um número estatístico. Quer nos tornar apenas “mais 1” numa lista onde não importa se esse “1” que somos é honesto ou desonesto, é esforçado ou negligente, é honrado ou desonrado, é justo ou injusto. E este fazendeiro é nada mais senão nossa grande Indiferença.

A nossa indiferença com aqueles que são diferentes, que são únicos, que são pobres, que são isolados, é a mais violenta forma de sacrificá-los.

A televisão de hoje é indiferente aos que querem assistir programas inteligentes, indiferente aos que querem ver novelas românticas porém sem pornografia mascarada e sem agressões aos valores cristãos, indiferente aos pais que querem desenhos animados que tratem de amizade e respeito para seus filhos assistirem, indiferente aos jovens que não querem ver bundas e peitos de fora mas sim conhecimento e ciência. E com essa indiferença toda, a televisão tem sacrificado dia após dia os indivíduos que são diferenciados.

Somos pessoas únicas. Somos pessoas que temos diferenças em relação ao que tanto a televisão, como a música, o cinema, as revistas e a cultura popular brasileira têm se abastecido e nutrido as massas. Não sejamos cúmplices de nos tornarmos parte da massa. Ao contrário, lutemos para que as massas sejam divididas, re-divididas e separadas até que cada indivíduo que era apenas “mais 1” nessa massa possa entender que ele é uma pessoa única.

Não deixe a indiferença a cada pessoa neste mundo sacrificar as pessoas únicas que cada pessoa é.

Ingrid e Rony Gabriel Lanzoni Fagundes

domingo, setembro 10, 2006

É com você que eu quero falar.

É com você que eu quero falar.
Sim, você sabe que é com você.
É com você que eu quero falar, quando eu escrevo aqui nestas linhas.
Com você que quero falar quando me sinto sozinho.
Quando eu sinto que as pessoas que eu amo nem sempre me amam.
Quando as pessoas que eu sempre me aproximo me rejeitam.
É com você que eu quero falar, quando noto que ninguém me ouve.
Quando noto que ninguém me lê.
Quando noto que ninguém se interessa por mim.
É com você que eu quero falar.
Hoje, é com você que eu quero falar.
Assim como eu quero falar com você quando me afasto da multidão.
Quando me enfio em meu quarto, quando entro na escuridão.
É com você que eu quero falar, quando nem orar eu consigo.
Quando nem chorar eu consigo.
E quando eu explodo em tristeza, é com você que eu quero falar.
É com você que eu quero falar.
Quando eu nem consigo falar.
É com você que eu quero falar.
Quando com ninguém eu consigo falar.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Deus é Figurativo?

O texto de hoje é uma resposta que dei no serviço Yahoo!Respostas (http://br.answers.yahoo.com/)
A pergunta que respondi é de um ateu, e ele questiona o seguinte:
"Pelo jeito, tudo na Bíblia é figurativo, metáfora ou catacresi.
Seria o Deus ali descrito, figurativo também?"
(clique aqui para ir para o site da pergunta no Y!Respostas)

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Tenho pontos de vista a acreditar que mais que simplesmente chegar a uma verdade de que se Deus é figurativo ou não, precisamos primeiro chegar à verdade de se cremos nele ou não.

Quanto no auge de minha adolescência, eu cria que Deus era, na verdade: Força de Vontade, Perseverança, Natureza e Ocasionalidade. Creio que muitos filósofos clássicos usaram as mesmas definições que eu, em meus pensamentos imaturos, cheguei.

Mas, um dia acordei, não faço idéia do porque, com medo da morte. Senti algo feito uma amostra-grátis de "Síndrome do Pânico", e passei apenas um dia inteiro com medo de acontecer qualquer acidente, e de perder minha vida. Sei que posso parecer louco ou frustrado, mas neste dia eu inclusive escrevi uma carta para minha mãe dizendo que sentia que perderia a vida naquele dia. Mas, mesmo sentindo um medo terrível, senti que havia alguém ao meu lado.

A partir deste dia, comecei minha caminhada em tentar crer num Deus invisível, metafórico, figurativo, mas que segundo multidões, existia e estava sempre ao nosso lado.

Buscando compreender esta crença, esta estranha fé em algo que não se pode apalpar, comecei a entender que não importava se o universo nasceu num "Big-Bang" ou no "...E se faça Luz!". O que me importava, era acumular conhecimentos que fossem acrescentar algo em minha jornada, que fossem me capacitar a fazer novas coisas, da melhor maneira, com o menor esforço, e com o melhor resultado. Para isso, tive que me abrir a conselhos, sugestões, análises e críticas. Logicamente, vindas não de um "Deus", mas sim das pessoas ao meu redor.

Comecei a ler sem parar. Buscar nas páginas de livros os conselhos e sugestões de pessoas que já viveram. Comecei a ouvir pessoas mais velhas, comecei a dar ouvido a pessoas que eu nem conhecia. Comecei a ver o quão defeituoso e imperfeito eu sou, e aí comecei a ouvir esboços de um certo homem que, senão perfeito, foi um dos mais sensatos que passou pela Terra, e pela História.

Que Jesus Cristo existiu é fato, do contrário, nosso calendário não teria o nascimento dele como referência. Quando você assina um cheque, olha as horas, data um documento, você está afirmando que ele nasceu e existiu. E certamente, mesmo depois de mais de dois mil anos, se ainda nos referenciamos a ele, é porque algo de muito extraordinário ele fez ou disse.

Assim, comecei a me indagar quem foi este homem tão importante. Reis passaram sobre a Terra, mas nenhum conseguiu ter um memorial mais difundido do que Cristo com seu nascimento. Então, ao menos buscar suas palavras foi algo que eu achei que devia fazer. Comecei a ler a Bíblia.

E assim, começando a conhecer e experimentar de tudo que a Bíblia diz, dos ensinamentos de Cristo e das suposições que ele fazia, eu comecei a ver que ele era sensato e sábio. E assim, como se ele fosse um amigo vivo, real, ao meu lado, eu me determinei a nunca mais deixar de ouvir o que ele disse, e de sempre buscar respeitar sua memória.
Então, sem esse papo evangelístico de que “Jesus é o Salvador, Ele te ama e eu também”, eu comecei a entende o porquê de muitos crerem nele. E vi que era sensato.

Não creio num Cristo porque “Ele é o todo poderoso”, ou porque “Ele é o filho de Deus”, mas sim porque é interessante crer em um homem que foi sábio, moderno em relação ao pensamento de seu tempo, e acima de tudo, humilde.

Hoje, pode ser que você ache que Deus é figurativo. Eu também achei. Mas hoje, eu não acho Deus figurativo. Assim, creio que crer se ele é figurativo ou não, tem mais a ver com o fato de eu ser interessado em saber se ele existe. Se eu simplesmente afirmasse que ele não existe, ele realmente nunca irá existir, ao menos pra mim.

sexta-feira, setembro 01, 2006

O Centro do Universo

Todo ser humano quer acreditar que pertence a algo maior que si mesmo.
Todo ser humano quer deixar de ser borda da poeira cósmica e virar centro do universo.
Acreditar que cada coincidência tem um propósito,
Acreditar que o acaso é fato de um planejar misterioso.

No berço sentimos e apuramos este instinto.

Talvez vemos as pessoas ao nosso redor nos balbuciarem palavras como se fossemos a coisa mais fantástica do universo.
Todos nos cuidavam, todos nos amavam, todos queriam-nos.
Isso pra quem teve boas famílias.

Hoje não. Mães solitárias, pais omissos.
Ódio, remorso, rancor, arrependimento de ter concebido o feto.
A criança já nasce sem o direito a ser o centro do universo.

De duas uma, ou ela aprendeu a ser o centro do universo por amor, ou vai querer ser o centro do universo pela revolta.

Aí a criança vem crescendo.
Chega o adolescente no auge do amor ou da revolta.
E aí vêm problemas, por amar demais ou revoltar demais.
O que ele quer, é acreditar que pertence a algo maior que si mesmo.

Então, vira revolucionário, vira soldado, vira ator, vira músico.
Vira tudo que faça parte de uma classe.
Vira hippie, vira emo, vira cult, vira hardcore, vira jedi.
Vira tudo que pareça dar sentido de vida ao pó da borda do cosmo que somos nós.

Só não vira parte do próprio cosmo.

Um dia, eu deixei de olhar para as estrelas.
Um dia, eu parei de imaginar a imensidão do céu e do mar.
Um dia, eu me perguntei donde vem tudo isso, inclusive eu.
Ouvi um sonoro “olá meu amigo”, e conheci quem os criou.

E daí em diante, a cada dia, este criador vem falar comigo.
A cada dia Ele me mostra o quanto eu sou importante para o todo.
O quanto eu pertenço a algo maior que eu.
Eu pertenço a Ele.

E assim, a cada dia, eu levanto, eu olho, eu choro, em saber a verdade.
A verdade que sempre pude ser o centro do universo.
Bastava eu ter estado junto de quem está no centro.